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A AGES e eu

  • por

Marô Barbieri

Desde cedo entendi que – se quisermos que algo mude – é preciso trabalhar pela mudança. Por isso, sempre participei das entidades de representação nas escolas que frequentei, quando jovem. Como aluna, fui secretária e vice-presidente de grêmios estudantis. E, na vida adulta, já como professora, o melhor momento para entender isso foi a greve de 1979, dos professores estaduais do RS. Em apoio ao movimento, as associações das escolas particulares se solidarizaram com os colegas e revisaram suas atuações.

Foi também a partir deste momento que um grupo bem heterogêneo de líderes, organizou-se para participar da eleição no Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do RS, o SINPRO. Fiz parte deste movimento e muito aprendi sobre a política sindical e sobre a defesa de nossos direitos, sem esquecer de nossos deveres, como pessoas e como cidadãos.  E foi essa experiência que me capacitou para, mais tarde, assumir a direção da Associação Gaúcha de Escritores, a nossa AGEs.

A AGEs, fundada em novembro de 1981, e muito ativa em seus primeiros anos de vida, chegou a 2001 bastante desarticulada. Urgia reorganizá-la e, para isso, reuniu-se um grupo de escritores que eu tive a honra de liderar. Assim que começamos a trabalhar, entendemos que era necessário atrair mais associados e organizar mais eventos para que pudéssemos nos conhecer, conversar, discutir e confraternizar. 

Foi o que fizemos. Nascia o “Palavra Nova” que homenageava escritores e suas obras e renasciam os Encontros de Escritores, um dos quais em Bento Gonçalves. Além disso, surgiram eventos que até hoje se repetem: um exemplo disso é o jantar de confraternização do final do ano. Além disso, cuidamos que a AGEs estivesse sempre representada nos atividades culturais da cidade e, quando possível, no interior do RS. 

Criamos também o Prêmio AGEs de Literatura, um concurso de escritores para escritores, que só cresceu em inscrições e importância no decorrer dos anos.

Fui presidente por mais dois mandatos. E o trabalho que iniciamos, foi continuado pelas diretorias que nos sucederam, gente moça e entusiasmada, que acrescentou uma série de novas ações às que já tínhamos realizado. Cada diretoria tem sua marca e seu modo de pensar que sempre vão representar uma boa parte do público que constitui a AGEs. Essas alternâncias e essas maneiras próprias de atuar são saudáveis e necessárias pois decorrem das circunstâncias observadas na sociedade e da vontade política de seus representantes.

E porque estou falando disso tudo? Para rememorar um pouco da história do povo da escrita, reafirmando a importância de nos unirmos para sermos vistos e respeitados no universo cultural. E, também,  para sermos ouvidos em nossas justas demandas ou no apoio que damos às justas demandas sociais das entidades representativas de outros segmentos culturais. 

Para finalizar: na caminhada que fazemos pela vida, o importante é constatar que nosso percurso foi significativo, que serviu a mudanças importantes para o grupo ao qual pertencemos. Quando isso acontece, podemos ficar felizes.

E eu posso dizer que a parte do caminho de vida que fiz junto da AGEs foi significativo, ajudou para mudanças em mim e no grupo ao qual pertenço e me deixou muito feliz! 

05 de junho de 2023